sexta-feira, 7 de março de 2008

Palavras


Frequentemente ouvimos que é saudável, relaxante, estimulante, pensarmos numa paisagem. A gente pode visualizar um lindo lugar, contendo inúmeros elementos que, de alguma forma, tragam paz de espírito. E aí a idéia é estacionar ali naquela imagem, congelar durante minutos seguidos. É difícil fazer isso. Todos dizem e eu já comprovei. A mente quer viajar. A dispersão é inevitável. Há muito tempo não consigo fazer esse exercício. Porque só sei pensar em palavras. Estou envolvida em milhões delas. Não sei me desvencilhar das que vêm vindo, muitas vezes. Quero evitar, brigo quando sinto a aproximação daquelas...daquelas que vão pro caminho certo de me derrubar, de promover o aperto no coração, o monte de lágrimas.

Tem aquelas que gostaria de ter dito. Por que não disse? O que custava? Ah, sei lá, talvez não tenha me lembrado, talvez não achasse que era a hora, talvez não tenha conseguido, simplesmente...admito que pode ter faltado coragem...aí vem as palavras da crítica. A auto-crítica gera palavras de justificativa.

Tem as lindas e felizes, que lembro e repito várias vezes, indo e voltando, saboreando. Um deleite e conforto necessários.


Tem as que geraram as maiores emoções da minha vida..só de lembrar já me arrepio! Essas são de chorar de felicidade! Sinto tanta gratidão por ter essas palavras pra me lembrar!


Das que me arrependo de ter dito tento tirar uma lição, tento usá-las como referências. Pode ser preciso me retratar´Então preciso ter essa humildade.


Mergulhada em tantas palavras que já disse e ouvi e nas que desejo imensamente dizer, só sei que sou uma pessoa assim. Valorizo muito as palavras. Adoro quando posso me expressar através delas e também admiro quem sabe fazê-lo. Confesso que não tenho o domínio que gostaria de ter, a habilidade de sempre acertar, o destemor que a vida impõe...então me contento com o que possuo: a naturalidade.


Durmo e acordo com elas. Há dias que elas me invadem violentamente. Eu me rendo, eu me esforço pra dar conta de tanto! Nem sempre consigo.


Nos momentos em que posso ter um convívio mais sereno, respiro melhor .


Entendo e não entendo o enredo da vida, sou vilã e heroína no uso das palavras.

A propósito, não sei que palavra usar pra terminar esse texto...