sábado, 27 de dezembro de 2008

O Bem da Quietude


Fim de linha.

Em vão. traguei meus piores pensamentos, meus maiores medos.

Pequei pelo excesso e pela omissão.

Pequei pela negação. Pela reação incompatível com a dimensão da tormenta que me abateu.

Tenho recursos, graças a Deus!!

Mas não sou insensível a palavras que estão aqui, cravadas como flechas em meu corpo.

Ainda não as removi.

Desconhecia muito do lugar que ocupava, do que significava minha pessoa e o triângulo formado por mim e meus filhos.

Estou procurando quietude, tomando consciência de tudo. Um processo trabalhado a passos lentos. Tem me exigido muito de auto-conhecimento, de frear meu lado impulsivo, de ponderar muito sobre o que cada um vive, como cada um de nós lida com o que pesa, com o que dói , com o que é difícil.

Preciso olhar de frente pra tudo que tenho, forçando os olhos a ficarem abertos! Não é possível virar o rosto, nem um pouquinho, pra aliviar. Preciso mergulhar na dor, no lamento, na essência. É preciso olhar para aquelas flechas e removê-las, com cuidado, sabendo que o que vem a seguir me fará chorar, gritar. Que por minhas mãos, o tamanho da ferida vai se mostrar . Tenho que encarar, sim. Mas só no momento certo, quando me sentir pronta.

Sofri e trabalhei duramente pra encontrar esse momento.

Não dá mais pra adiar.