Quando a porta abriu
vi que ali partiu
um desejo de vida.
Coração a mil...a milhão
mal assimilando a decisão
da qual não fiz parte.
Um adeus ausente, um descarte...
Dúvidas embaralhadas,
mil porquês desrespeitados,
deixaram subjugadas
alianças aparentemente entrelaçadas.
Uma mistura angustiante era tônica.
Um ato de desbravar, de se permitir
uma quase loucura.
Sorrisos querendo escapulir,
todo cuidado pra não se trair...
Se consumava uma ruptura
com ares de dor e bem-querer.
Grandes conquistas. Muito amor.
Muitas coisas desconhecidas
ficaram sem ser ditas.
Já me virei do avesso.
Já me entreguei ao despudor.
Já me feri com a raiva e a mágoa contidas.
A surpresa
a precipitação
o vazio
a saudade
a tristeza
a frustração
o sombrio
a verdade
a incerteza
De que é feita essa dor?
Luto a cada dia para descobrir. Sei que aí reside a clareira que talvez me faça respirar de novo. Depende de como vou estar quando chegar lá.