quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Alma e coração


Tenho muitas carências, não me envergonho por confessá-las. Sinto-me delicada demais perto de alguns, que considero muralhas. E sinto medo, muitas vezes, de ser atingida pelo reboco dessas muralhas. E sou.

Não adianta espernear, apelar pra emoção, não tem jeito.

Conheço a sensação de perder amigos. Não por morte, não por brigas, não por afastamento natural da vida, viagens. Mas por simples incapacidade de mantê-los. Um defeito antigo.

Ao longo da vida, fui aprendendo a dureza dessa experiência. Aos poucos, juntando maturidade e muita terapia, foi se revelando essa minha habilidade. Desde a minha primeira vivência até os dias de hoje, considero -me a mesma menina quando acontece. Porque dói muito, não consigo evitar. Começo a ter a minha crise de abstinência e entro em luto, de novo. Mais um tempo tentando admitir que dá pra seguir sem mais aquela pessoa. Mas durante aquele mau pedaço recorro a meu amor próprio e percebo que é pouco. A sensação de abandono não se abranda. Ainda me falta o entendimento necessário pra reformular, reelaborar modos de agir, sei lá.

É, tô lamentando, sim. Estou entristecida, sim, tô cansada dessas perdas e tô aqui buscando nesse espaço um pouquinho de força pra estar de pé amanhã e seguir em frente.

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